Secretário de Estado dos EUA diz que país pode negociar novos acordos bilaterais após tarifas

  • 16/03/2025
(Foto: Reprodução)
Sem dar detalhes sobre como seriam os novos acordos, Marco Rubio afirmou que os EUA 'redefiniriam a linha de base' para garantir que fossem 'tratados de forma justa'. Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. Saul Loeb/Pool/AFP O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou neste domingo (16) que o país poderá iniciar negociações bilaterais após a imposição de tarifas que atingiram seus principais parceiros comerciais — e outras nações, incluindo o Brasil. Rubio disse que os EUA retaliariam países que impuseram taxas contra os norte-americanos. "Isso é global. Não é contra o Canadá, não é contra o México, não é contra a União Europeia, é contra todo mundo", declarou, em participação no programa da CBS "Face the Nation". "E então, a partir dessa nova base de justiça e reciprocidade, nos envolveremos — potencialmente — em negociações bilaterais com países ao redor do mundo, sobre novos acordos comerciais que façam sentido para ambos os lados", continuou. Sem dar detalhes sobre como seriam os novos acordos, Rubio disse que os EUA "redefiniriam a linha de base" para garantir que fossem "tratados de forma justa". "Não gostamos do status quo. Vamos estabelecer um novo status quo, e então podemos negociar algo, se eles (outros países) quiserem", disse. "O que temos agora não pode continuar." 'Tarifaço' de Trump Em uma nova frente da guerra comercial, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou na última quinta-feira (16) aplicar uma tarifa de 200% sobre as importações de vinho, conhaque e outras bebidas alcoólicas da Europa. Segundo o republicano, a alíquota seria imposta caso a União Europeia não removesse sua taxa de 50% sobre o uísque norte-americano. "Se a Tarifa não for removida imediatamente, os EUA em breve colocarão uma tarifa de 200% sobre todos os vinhos, champagnes e produtos alcoólicos da França e outros países da UE", escreveu Trump na rede Truth Social. "Será ótimo para os negócios de vinho e champanhe nos EUA." Em retaliação, Trump promete taxar em 200% vinhos europeus Enquanto isso, outra promessa do republicano já está valendo. Na última quarta-feira (12), entrou em vigor a sobretaxa de 25% para importação de aço e alumínio nos EUA, independentemente do país de origem. A medida atinge em cheio o setor siderúrgico de grandes parceiros comerciais dos EUA, como o Canadá e o México. O Brasil, que ocupa o posto de segundo maior fornecedor de aço do país, também é impactado. Desde que assumiu seu segundo mandato, o republicano tem anunciado diversas taxas de importação. Trump prometeu, ainda durante a campanha eleitoral, tarifar uma série de produtos de outros países, em especial do Canadá e do México, seus principais parceiros comerciais. São países com os quais os norte-americanos têm déficit na balança comercial — ou seja, gastam mais com importações do que recebem com exportações. Além de usar as taxas como ferramenta para negociar pautas de interesse dos EUA, o objetivo de Trump com a guerra tarifária é priorizar e incentivar a indústria local. Ele espera que, com custos de importação mais altos, haja um aumento na procura e na produção de insumos nacionais. Assim, ao assumir o cargo, em janeiro, o republicano determinou tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México. Trump, no entanto, logo adiou sua aplicação para março, enquanto negociava com os dois países. No último dia 12, porém, quando a cobrança entrou em vigor, o republicano anunciou uma nova suspensão e retirou as taxas sobre produtos incluídos no acordo comercial da América do Norte. A previsão agora é que as tarifas sejam retomadas no dia 2 de abril. Em meio ao vaivém de taxas sobre México e Canadá, Trump manteve as tarifas de 20% impostas a produtos chineses. As cobranças sobre importações de aço e alumínio — as primeiras que afetam diretamente o Brasil — também seguem em vigor. *Com informações da agência Reuters

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/03/16/secretario-de-estado-dos-eua-diz-que-pais-pode-negociar-novos-acordos-bilaterais-apos-impor-tarifas.ghtml


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